Que não é fácil estabelecê - los não é! E desengane - se quem ousar achar que sim!
Quando eles já compreendem o que nós dizemos ainda vá que não vá...e quando eles são pequeninos e parece que quanto mais falas mais olham para ti com cara de quem não percebe patavina do que estás a dizer?
Segundo os especialistas é preciso adequar a imposição de limites á fase de desenvolvimento em que a criança se encontra. Ora, não é propriamente preciso ser doutorado para saber isto claro está! Mas a verdade é que por inúmeras vezes já vi e ouvi progenitores a lidarem ou falarem com pequenitos como se compreendessem tudo o que eles lhes dizem.
As crianças de um ano estão a experimentar o ambiente e a descobrir o que são capazes de fazer sozinhas. Não compreendem as relações de causa e efeito, não conhecem o medo porque não sabem o que é perigoso. É importante deixá-las experimentar, porque através do contacto com as coisas do mundo, elas aprendem. Mas é fundamental dizer não perante situações de risco.
Brincar com a água da sanita ou perto do fogão, não pode e ponto!
Óbvio que não adianta esperar que a criança de um ano compreenda que não vai comer pipocas ao sair do parque porque vai para casa jantar. Argumentar com ela neste momento só desgasta o adulto, aumenta o conflito e abre espaço para as terríveis birras. Um redondo não, sem explicações e sem culpa, é suficiente perante este género de situações.
Em outras o diálogo é indicado, como no caso das agressões físicas, comuns nesta idade. A criança quer fazer coisas que não consegue e, então, frustra-se. Muitas vezes tem ataques de raiva e como ainda não se sabe expressar verbalmente, bate, morde, dá pontapés... Se entendermos o porquê da reação infantil fica mais fácil reprimi-la. Aqui cabe um não seguido de explicação, pois assim a criança também está a elaborar os seus sentimentos e a aprender a expressá-los de outra forma.
Converse, mas deixe claro que não é permitido bater.
"Estás com raiva porque queres ir para a rua e eu estou ocupada. Agora não posso, mas podes ficar ao meu lado a brincar até eu terminar e então vamos."
No primeiro ano de vida, a memória ainda não está totalmente desenvolvida e os pais têm que repetir a mesma frase diversas vezes. Corrija o comportamento inadequado sem aumentar a questão com comentários do tipo: "Outra vez a escrever na parede? Quantas vezes tenho de dizer que não quero que faças isso?". Repreenda e mostre como deve ser feito.
Lembre-se que seu filho pode não saber ainda o que está correto e incorreto
Se faz sentido? Faz! Mas cansa bolas....
Para refletir:
''Pais esgotados perdem a paciência com facilidade e acabam repreendendo em função de seu humor o que gera instabilidade emocional nos pequenos, deixando-os ansiosos e agressivos''
Lucíola Agostini psicopedagoga do Apprendere Espaço Psicopedagógico